segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Poeira 2009, Brunello di Montalcino Castelli Martinozzi 2010 e Cadus Blend of Vineyards 2012: Trio de responsa!


Estou desovando aos poucos posts que estão no forno. Este, por exemplo, trata de uns vinhões que bebemos Paolão, JP e este felizardo que vos escreve. O primeiro da foto é um grande Poeira 2009, levado pelo Paolão. É um duriense de muita categoria, projeto de apenas 15 anos do enólogo Jorge Moreira e sua esposa Olga Martins, e que já é grande destaque entre os melhores vinhos do Douro. Bem, o nome vem do que diziam haver ("Poeira") nas terras compradas pelo casal para produzir vinhos em 2001, próximas a terras da Taylors. Vou colocar um extrato de um artigo na revista adega (clique aqui para o original) que define um pouco os vinhos Poeira, com depoimentos de Olga Martins, esposa de Jorge. 


“Há 12 anos não se falava de vinhos virados ao norte, de vinhos frescos no Douro. Era só concentração, intensidade, exuberância. Nunca elegância, acidez, frescura eram usadas para descrever um vinho do Douro. Acho que nisso Poeira foi pioneiro. São vinhos que gritam menos, que impressionam menos no primeiro impacto, que não nos deixam extasiados, mas são de uma complexidade que deve ser descoberta aos poucos, que nos faz passar um tempo com ele”, acredita Olga.
Segundo ela, a longevidade dos tintos durienses sempre foi calcada no tanino e isso não estava certo. “Quando o vinho está sustentado no tanino, há um desequilíbrio. É preciso esperar cinco anos para o tanino amaciar, mas, quando se espera, a fruta também cai”, aponta. Para eles, a base do vinho deveria ser a acidez. “Um vinho que tem muita acidez pode ser equilibrado desde o primeiro dia”, garante.

E o vinho é mesmo assim. Mostra acidez, frescor e elegância. Nunca cansa! Ao nariz mostra notas de cassis, amoras, chocolate e alcaçuz. Em boca mostra bela acidez, vibrante, que lhe aporta frescor, e taninos redondos. O final de boca é longo e com notas especiadas. Uma beleza de vinho, que deveria ter mais destaque frente a outros durienses tão badalados no Brasil. Aliás, ainda não postei sobre um Pó de Poeira que bebi recentemente, seu irmão menor, e que já é muito bom, com destaque também para o frescor. O vinhos Poeira me lembram alguns do Niepoort, por esta característica. Não preciso dizer que foi o meu preferido, preciso?

Este que vos escreve levou um Brunello di Montalcino Castelli Martinozzi 2010. Confesso que não conhecia nada sobre este vinho (quem quiser ler um pouco sobre o produtor, clique aqui). Comprei recentemente em uma bela promoção. E me dei bem. O vinho, embora seja de safra nova, pode ser apreciado agora sem problemas. Eu deixei umas duas horas em decanter para ele dar uma respirada. Mas logo ao ser aberto ele já mostra ótimos aromas, com notas florais e de framboesas, em um fundo de tabaco. Com o tempo, vão surgindo notas terrosas, alcaçuz e couro. Em boca, acidez vibrante e taninos firmes. O final é longo e especiado. Belo Brunello, que comprei sem conhecer, e que me dei bem.
E para fechar, o JP abriu um Cadus Blend of Vineyards 2012. O vinho é feito com uvas (Malbec) de 3 diferentes altitudes (como mostra o rótulo. É um Malbec clássico, com notas de ameixa e figo. Em boca é intenso, mas sem ser enjoativo. Mostra boa acidez, que equilibra o dulçor, e taninos redondos. Muito bom representante da casta! Briga fácil com o Lindaflor, Malbec que a turma adotou...
Isso aí!






2 comentários:

  1. Gosto muito do Poeira, era vendido pela Mistral, o primeiro que experimentei foi um 2005, paguei por ele 160 pratas à época. Tenho uma garra do 2008 em casa, qualquer hora eu abro, deixei de comprar esse Brunello por 139 pratas por não levar fé no bixo. Ainda bem que vc provou, vou tentar compra-lo kkkk. Grande abraço! Gosto desse Cadus tb, mais do que os outros que são até mais caros.

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    1. Oi Helio,
      O Poeira é um grande vinho! Pena que subiu tanto, né? Eu consegui pegar um no último bota-fora da Mistral.
      Então, paguei um pouquinho mais neste Brunello, mas o preço baixou onde comprei. Também fiquei desconfiado, mas li alguns elogios a ele na rede. Então resolvi arriscar. E me dei bem. É bom o danado. Não é igual ao Il Poggione 2009 que postei há pouco tempo, mas é bom. E pelo preço de Rosso, vale a pena...rs.
      O Cadus também é bom, e também já teve preço melhor.
      Abraços,
      Flavio

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