quinta-feira, 11 de junho de 2015

Barbaresco La Ca' Növa Bric Mentina 2006: Muito bom!

A vinícola La Ca' Növa possui 12 hectares de vinhedos em Barbaresco, dos quais 10 são cultivados com Nebbiolo, para a produção do famoso Barbaresco. A vinícola é conduzida pelos irmãos Pietro, Giulio e Franco Rocca. Os irmãos produzem 3 tipos de Barbaresco com o rótulo La Ca Nova: O mais Barbaresco Estate Bottled e os dois Crus "Montestefano" e "Bric Mentina". Este Barbaresco La Ca Nova Bric Mentina 2006 vem de um Cru que fica no topo de uma colina na propriedade, onde os vinhedos são bastante expostos a luz solar. A produção é relativamente pequena, com cerca de 10.000 garrafas. É um vinho que precisa ser aberto com algumas horas de antecedência para se mostrar. No começo é bem fechadão. Ao nariz mostra aromas de flores, cerejas frescas, folhas secas, alcaçuz e tabaco. Em boca mostra excelente acidez, que torna o vinho vibrante, e obviamente, tânico. Mostra ótima mineralidade e um final longo. É um vinho com quase 10 anos, mas ainda "nervoso". Pede comida, claro. Já pode ser bebido agora, desde que seja aberto com boa antecedência, como citei acima. Mas deve ainda evoluir bem em adega, principalmente arredondando mais os taninos. Eu gostei bastante dele. Foi oferta do Carlão, que o adquiriu na Casa do Vinho, de BH. Seu preço é muito justo.

Nota: Há que se entender Barbaresco e Barolo. Não dá para abrí-los, meter na taça e goela abaixo, sem descanso. São vinhos nobres, que apesar de robustos, merecem ser tratados com carinho e apreciados com a devida paciência e respeito. E eles gostam de adega. Para aquele pessoal que gosta de rapidez, vinhozinho redondo etc, melhor comprar um do novo mundo e pronto. 

domingo, 7 de junho de 2015

Sensacional: Vincent Girardin Corton Charlemagne 2010, Brunello di Montalcino Biondi-Santi 1998 e Vega Sicilia Único 1999!

Bem, já faz um tempinho que estes vinhões foram apreciados, mas vamos lá...
O Vincent Girardin Corton Charlemagne 2010 foi levado embrulhado pelo Carlão. Bem, foi bem fácil matar que era um borgonha de primeira, e novinho. Mas acertar que se tratava de um belo Corton Charlemagne já foi mais difícil. O vinho tinha uma cor citrina, bonita, e aromas de uvaia, maçã verde, limão, ervas e minerais. Com o tempo apresentou toques amendoados e leve mel. Em boca mostrava toda sua juventude, com uma acidez vibrante, muito frescor, mineralidade e um final cítrico e levemente picante. Uma beleza de branco, potente e fino, no auge de sua juventude e que carecia de mais uns aninhos em adega para ficar ainda melhor. Mas já estava maravilhoso, claro...
O Akira levou um super Brunello. Abriu, deixou respirar por 2 horas e o danado estava ainda reticente em mostrar todo o seu poder. Mas depois de umas horas foi mostrando a beleza que era: Brunello di Montalcino Biondi-Santi 1998! Um Biondi com 17 anos de garrafa é o que há. E o Akira estava com medo de abrir com muita antecedência...rs. O vinho estava vivão, potente, com aromas de ameixas secas, cereja preta, alcatrão, couro, terrosos e alcaçuz. Em boca mostrava grande intensidade, bela acidez, notas de alcatrão, terrosas e um final interminável. É por um vinho desse, bebido de forma adequada, na idade certa, que entendemos o porquê  dos Biondi-Santi serem idolatrados. Uma maravilha engarrafada! Brunello de verdade.
E eu, que estava devendo um bom vinho para meus amigos, resolvi abrir um à altura dos que eles levaram: Vega Sicilia Único 1999! Bem, para brigar com os anteriores tinha que ser algo de peso. E este, claro, não fugia à qualidade dos Vega. Elegância pura! Nariz riquíssimo, com notas florais, de cerejas, baunilha e terrosas. Em boca mostrava toda a riqueza de um Vega Sicilia. Ainda que intenso, mostrava elegância, sedosidade, acidez corretíssima, taninos redondos e aquele final especiado, prazeiroso e interminável. Vinho que muda na taça e vai ganhando novas nuances. Uma beleza! Este vinho não precisa de muitas linhas para ser descrito. 
Ah, e para finalizar, um Porto Taylor's 20 Anos, porque ninguém é de ferro...
A turma apreciada pelos 3 felizardos...

sábado, 6 de junho de 2015

Até o momento, minha melhor compra em 2015 foi:

Fico muito contente quando compro um vinho a bom preço e ele me satisfaz. Se o danado ainda agrada meus amigos, melhor ainda. E foi o caso deste vinho que adquiri há alguns meses na Importadora Cellar. Não conhecia o produtor, mas li alguns elogios em alguns artigos. Era um Marziacanale Irpinia 2007, da vinícola Vinosia Luciano Ercolino, da Campania. O vinho é feito com uma uva que eu adoro, a Aglianico. A maturação é feita em barricas de carvalho francês por 12-15 meses. A garrafa é bonita, sem muitas firulas, mas imponente. Ao ser aberto o vinho já mostra a que veio: Aromas riquíssimos de cereja preta, passas, café, balsâmicos, chocolate e alcaçuz. Em boca era amplo, sedoso, com boa acidez e um final longo e com notas de alcaçuz e chocolate. Italiano perfeito para acompanhar uma boa massa. Delicioso, redondo, com presença e que pedia sempre uma nova taça. Agradou a todos. Sem dúvida alguma, foi a melhor compra que fiz nos últimos tempos. Valeu cada centavo. Dá até dó de novomundistas na mesma faixa (ou bem mais caros...rs).

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Marques de Riscal Reserva 2008: Tradição com um leve toque de modernidade

Há dois vinhos ibéricos que me agradam e que não faltam em minha adega: Marques de Riscal e Quinta da Bacalhôa. Seus preços no Brasil já foram mais legais, mas mesmo assim, são vinhos tradicionais e que dificilmente decepcionam. Este Marques de Riscal Reserva 2008, que bebi na casa de meu cunhado Bú, em Jaú, estava muito bom. Notei nele um toque de modernidade, começando pela cor, mais escura que a tradicional. Ao nariz, mostrava notas de cereja preta, café, tostadas, cedro e chocolate. Depois de um tempo, um mentolado agradável. Em boca mostrava ótima acidez, toques amadeirados e aquelas notas cítricas, de casca de laranja. Senti falta das notas terrosas. O vinho estava muito bom, com um perfil mais moderno que seus irmãos de outros anos, mas com a qualidade de um Marques de Riscal. Já pode ser bebido agora, mas tem longa vida pela frente. Li em alguns blogs menção à evolução. Deve ser alguma garrafa que por algum motivo teve sua evolução acelerada, pois este 2008 ainda mostra juventude.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Alta Vista Single Vineyard Alizarine 2007: Malbec clássico, mas que surpreende em boca

A tradicional Alta Vista se gaba de ser a primeira vinícola Argentina a lançar o conceito de Single Vineyards. Este Alta Vista Single Vineyard Alizarine 2007 é um dos vinhos produzidos dentro deste conceito. Ele é produzido com uvas de um vinhedo antigo de La Compuertas, Luján de Cuyo. O vinho matura 12 meses em barricas de carvalho francês. Ao nariz mostra aquelas notas de Malbecão clássico, com destaque para a ameixa seca e mirtilos, em meio a notas florais, chocolate, alcaçuz e um tostadão bem evidente. Com o tempo os aromas vão ficando mais equilibrados, com uma diminuição do tostado e aumento de notas especiadas. A impressão, pelo menos no início, é que beberíamos mais um Malbec doce, denso, enjoativo. Mas não foi isso. O vinho tem boa acidez e as especiarias dão um toque legal ao conjunto. Os taninos são redondos e o final com toques de especiarias (canela, alcaçuz, etc). É claro que não deixa de ser um Malbec, com aquele lado doce típico. Mas em boca é dá uma compensada, principalmente depois de um bom tempo de descanço após a abertura. A dica é abrir e deixar descansando por 1-2 horas antes de beber. Mas aqueles que são fãs de Malbec clássico podem gostar já de cara. Eu preferi depois de um bom tempo, e clamei por um Filé de Costela para acompanhar... Vinho ofertado pelo Carlão.

Il Nero di Casanova 2009: Uma lição em Brunellos sem-vergonha

Sou fã dos vinhos da vinícola piemontesa La Spinetta. Seus Barberas e Barbarescos são de uma clareza incrível. Mas a vinícola também produz vinhos na Toscana, e este Il Nero di Casanova 2009 é um ótimo exemplo de que não é só no Piemonte que os La Spinetta são bons. Em sua ficha técnica é relato que é um 100% Sangiovese, mas parece que tem 5% de Colorino, que o torna mais escuro. Passa 9 meses em barricas de carvalho frances. É Sangiovese na veia! Ao nariz mostra notas de cereja preta, tabaco e alcaçuz. Com o tempo vai surgindo um mentolado delicioso. Em boca, repete o nariz, mostra ótima acidez, mineralidade e taninos redondos. O final é fresco e especiado. Uma delícia de vinho, que mostra como deve se manifestar a Sangiovese. É uma bela lição em um monte de Brunello sem-vergonha que surge no mercado, e que por causa do nome, muita gente pensa que é bom. Custa pouco mais de 100 pilas e considerando o custo Brasil, é uma boa pedida. Foi uma oferta do Akira.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Falernia Donna Maria Syrah 2009: Diferente dos tradicionais Syrah chilenos

Há algum tempo queria experimentar os vinhos da vinícola Falernia. Ouvia dizer que seus vinhos têm um estilo menos carregado, e isso me agrada. E chegou a vez deste Falernia Donna Maria Syrah 2009. O vinho é feito com uvas do Vale do Limarí, que costuma originar vinhos frescos e minerais. Este Syrah passa apenas 6 meses em barricas, o que também contribui para que a fruta se manifeste mais que a madeira. Levei encoberto para apreciar com amigos e ninguém chutou ser chileno. Rótulo bonito, tem cor rubi escura e aromas de ameixas frescas, amoras e alcaçuz, em meio a um apimentado na medida e chocolate amargo. O álcool é um pouco saliente no começo, mas depois de respirar o vinho se ajeita. Em boca, repete o nariz e mostra frescor, com um final apimentado e de alcaçuz. É um vinho que foge do padrão carregado de muitos Syrah chilenos. Guardando as devidas proporções, tende mais para o Rhone, lembrando um Crozes-Hermitage. É um estilo mais europeu que novo mundo. Gostei dele! Se conseguirem um álcool mais baixo, ficará bem legal. Comprei na Wine me up. Ficarei de olho em outros vinhos da vinícola. Dizem que os Pinot Noir deles também são bons. A conferir.