segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Galatrona 2004: Um Petrus italiano?

Bem, o título é provocante, mas não sou eu quem disse isso. Aliás, na verdade, este Galatrona 2004 é comparado a um Le Pin na revista Wine Spectator. O que é comparado ao Petrus 1989, na mesma revista, é o 2007. De qualquer forma, a comparação se faz, obviamente, pelo fato de ser um grande Merlot. E bota grande nisso! Este vinho foi gentilmente ofertado pelo amigo Akira, que adquiriu grandes italianos em 2014 e levou este para bebermos em casa. 
A tenuta Petrolo fica na colina do Vale do Arno Superior, dentro das colinas de Chianti Colli Aretini (área que faz margem com o sudoeste de Chianti Clássico). Ocupa uma área de quase 300 hectares, também dedicados ao agroturismo. Segundo a própria vinícola, eles não produzem vinhos básicos, apenas grandes vinhos... Recentemente lançaram um vinho "mais simples". O nome da vinícola (assim como seus vinhos Galatrona e Bóggina) tem origem Etrusca, cujo povo viveu naquelas colinas 3.000 anos atrás. Galatrona é o vinho emblemático da tenuta. A primeira safra foi a de 1994. É um vinho super premiado. Só por referência, não há um que tenha tido menos de 90 pontos em qualquer avaliação realizada. Aliás, quase sempre fica ao redor de 95 pontos, alguns chegando perto de 100! Do Gambero Rosso, só teve Due bicchieri na sofrível safra de 2002 e na de 2003. O vinho é constantemente comparado com grandes vinhos do Pomerol, como Petrus e Le Pin. Bem, com a vantagem de que tem um preço bem menos salgado (o que não quer dizer que seja barato...). O vinho é 100% Merlot oriunda de videiras com produção limitada a 500 gramas por planta. A maturação é feita em barricas novas de carvalho francês, por 18 meses, sendo que nos primeiros 6 meses o vinho fica sur lies. Este Galatrona 2004, tinha cor densa, intrasponível. Os aromas eram muito complexos, com notas de amoras, cacau, café, alcaçuz e alcatrão. Em boca era muito denso, concentrado, mineral, cheio de força, mas com muita elegância. Os taninos estão devidamente arredondados. O vinho tem um final interminável, com notas de alcatrão, cacau e especiarias. Um vinho soberbo! É esta a definição que encontrei. Um dos melhores Merlot que já bebi, sem dúvida alguma. Recomendadíssimo! Estou curioso para experimentar os outros vinhos do produtor, que também devem ser de primeira. Ah, a pergunta que provavelmente me farão: - Parece com o Petrus 1953 que bebemos recentemente? Sim! Mas é mais concentrado. Bem, mas tinha apenas 10 anos, não 61, como o Petrus. Este Galatrona foi sem dúvida um dos melhores vinhos que bebi em 2014. Que bom que o Akira também me trouxe uma garrafa deste 2004, que está guardadinha na adega para um abate futuro...rs. Ah, só por curiosidade, a WS também gostou deste vinho, tacando-lhe 97 pontos...

4 comentários:

  1. Flavio, meu caro, outros que podem ser assim enquadrados seriam o Masseto e o Redigaffi, não?

    Tenho um Redigaffi 2003, trazido por meu irmão de Bolonha. Já pode ser aberto?

    Abs.,

    Roberto.

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  2. Caro Roberto,
    Muito bem lembrado! Eu incluiria ainda o L'Apparita, Messorio e Giramonte. Mas todos são mais caros que o Galatrona. Certa vez provei o Redigaffi. É sensacional! Esse seu 2003 já deve estar apreciável... E deve estar maravilhoso, hein?
    Grande abraço, Flavio

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  3. Flavio, consegui comprar, aqui em Recife, o Galatrona 2007 por pouco mais de 500 reais. Acho que, diante das circunstâncias (custo em torno de 100 euros na Itália, ao trazer a garrafa de lá você tem de deixar outra de lado, já que são inúmeras opções etc), foi uma boa compra.

    Para abrir, no mínimo, em 2017, não?

    Abs.,

    Roberto.

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    1. Olá Roberto,
      Este 2007 é dificil de achar e custa mesmo bem caro, até lá fora. Acho que fez uma boa compra. Tenho uma garrafa dele na adega, e acho que vou esperar pelo menos que complete os 10 anos antes de abri-la (se resistir, claro...rs).
      Abraços,
      Flavio

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