terça-feira, 15 de janeiro de 2013

SOBREVOANDO TORMENTAS 2: Os vinhos de Marco Danielle de novo na Confraria do Ciao!

Em 2011 fizemos em nossa reunião semanal da Confraria do Ciao uma degustação especial de vinhos do Atelier Tormentas, de Marco Danielle (clique aqui). E a segunda edição aconteceu em dezembro de 2012 no Restaurante Tiburon, em São Carlos. Aproveitamos uma oferta especial do Atelier para degustar novos vinhos. Nota: Decantei e aerei todos os vinhos com 2 horas de antecedência e os levei para o restaurante já no ponto. Coincidente com a degustação anterior, só o Ius Soli Garagem 2008, um corte de Cabernet Sauvignon (60%), Merlot (30%) e Alicante Bouschet (10%). Da outra vez o vinho estava mais duro, intrépido, mas dessa já estava mais aberto e amigável. No entanto, ainda tem muitos anos pela frente. O Fulvia Garagem Pinot Noir 2011 já é figura carimbada aqui no blog. Foram várias garrafas dele apreciadas. Um vinhaço! Uma delícia de Pinot Noir, com muita fruta silvestre, notas terrosas e especiadas. É unanimidade na Confraria: Todos adoram!
O Prelúdio 2007 apreciei uma pequena taça logo ao abrir e vi sua mudança durante o evento. O corte de Merlot (70%), Cabernet Sauvignon (20%) e Cabernet Franc (10%) foi sucesso no portfólio de Marco Danielle. Eu adorei! Vinho autêntico, com gosto de vinho, sem exagero de nada, elegante, com aromas complexos de groselha, flores, alcaçuz, folhas secas e animais. Em boca, acidez belíssima e taninos presentes, muito ajustados. Um bordeaux! Sem modismos e muito gastronômico. Nota: Está bom boa quantidade de sedimento. Deve ser decantado e depois aerado para mostrar suas qualidades (isso vale para os outros também).
O Tormentas Premium 2006, à direita do Fulvia Pinot Noir na foto, com o rótulo contendo a sombra branca de um rosto feminino, é feito com Pinot Noir tardia (45%), Tannat (25%), Merlot (25%) e Alicante Bouschet (5%). Vinho mais cheio, carnudo, com os toques animais dos outros vinhos, mas um calor que o diferenciava de todos. É um vinho mais potente, denso, mas muito sedoso em boca, com taninos presentes mas bem redondos. Acho que foi o segundo vinho que mais agradou na noite (bem, eu já tenho mais dificuldade em fazer esse tipo de eleição... Aliás, não gosto muito. Cada vinho é diferente e tem sua alma própria). 
O Tormentas Premium 2007, feito com Merlot 100% foi o que menos agradou a turma. É um vinho mais seco, levemente herbáceo, mais rústico, e talvez isso tenha causado estranheza na turma. Acho que está muito novo. O tempo lhe fará bem. 
E para fechar, um que adorei: O Fulvia Garagem Cabernet Franc 2010! Eu havia bebido o 2008, e gostado bastante. Mas o Marco Danielle já havia me sugerido apreciar o 2010, que eu ia ter uma surpresa. As diferenças básicas: No 2008 as uvas são desengaçadas a mão, enquanto nesse 2010 os cachos são incubados inteiros. No 2008 a maturação é em inox, e no 2010, 24 meses em barricas francesas. E embora eu tenha gostado do 2008, esse 2010 conseguiu superá-lo. Parece ter chegado fresquinho do Vale do Loire! Notas de azeitonas pretas, apimentadas e amoras silvestres. Frescor ao nariz e em boca. Taninos presentes e que devem ficar redondos nos anos vindouros. Vinho mineral e cheio de vida! Adorei! Quero apreciar outra garrafa dessa daqui a alguns anos. 
Bem, adorei a noite. Eu sou suspeito, pois gosto muito dos vinhos de Marco Danielle. Uns podem agradar mais, outros um pouco menos, mas é um estilo que aprecio. Não têm maquiagem, são autênticos. No entanto, são vinhos que têm que ser compreendidos e muitos podem estranhar suas características, principalmente os toques animais. Com exceção do Pinot Noir, que é um vinho mais fácil de ser compreendido e geralmente agrada a gregos e troianos, eu diria que não são vinhos para principiantes. E mesmo daqueles com mais litragem, exigem compreensão e preparação correta na hora de beber. Se abrir, ir enchendo a taça e tufando goela abaixo, incorrerá em erro. Aliás, isso vale para a maioria dos vinhos...rs. Mas para os Tormentas, é fundamental. E outra coisa: Pedem comida!
Isso aí, pessoal! Até a próxima!

2 comentários:

  1. Caro Flávio,
    Publiquei uma resenha sobre o Fulvia CF 2010 dias atrás. É um vinho para iniciados e que não tem restrições aos efeitos da maceração carbônica nos aromas. No paladar é realmente tudo que você listou. Gostei do que provei, mas certamente ele precisa de muito tempo de guarda ainda. Curiosamente, deixei uns "4 dedos" na garrafa e bebi no dia seguinte. Aromaticamente, estava bem melhor...
    Neste ano, farei a 2ª parte da "Vertical Tormentas" com 9 vinhos: Tormentas 2006, Tormentas 2007, Minimus Anima 2007, Ius Soli 2008, Minimus Anima 2008, Fulvia CF 2008, Fulvia PN 2009, Fulvia CF 2010 e Fulvia PN 2011. Vamos ver no que vai dar...
    Abs,
    Luiz Cola

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    1. Grande Luiz,
      Obrigado pelo comentário! Vi sua resenha sobre o CF 2010. Ficou bem legal. Aliás, o termo "instigante" foi muito bem colocado. Realmente é um vinho para paladares mais vividos. E concordo plenamente que ele vai ganhar muito com guarda. É aquele negócio, a Cabernet Franc costuma premiar quem tem paciência...rs. Aguardarei sua postagem sobre a bela vertical que está organizando. Eu estou curioso para saber a evolução do CF 2008, assim como o Minimus Anima 2007, que gostei bastante quando provei em 2011. O PN 2009 não aguentei e bebi todas as garrafas que tinha...rsrs.
      Abração,
      Flavio

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