quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Flaherty 2008 e Quinta Generación tinto 2007: Embate de dois chilenos

Reuni-me com os amigos Carlão e Akira para apreciar dois vinhos chilenos muito bons. Eu levei o Flaherty 2008, que é um corte de Syrah (44%), Cabernet Sauvignon (31%) e Tempranillo (25%) (informações do site da vinícola). Segundo dizem, a Tempranillo é plantada no quintal do autor, o enólogo é Ed Flaherty, que foi o primeiro enólogo do grande Seña e que atualmente é enólogo chefe da Tarapacá. É um vinho de boutique, produção pequena (apenas 4.488 garrafas - Atenção gigantes produtores brasileiros: Vinho especial é assim - Produção pequena! Esse negócio de vinho "Super Premium", produzido em dezenas de milhares de garrafas, não me convence). Mas voltando ao Flaherty, a maturação é feita por 19 meses em barricas de carvalho francês (25% novas). Ao nariz, é bastante aromático, com notas de licor de cereja, cassis, amora e chocolate. Sente-se também um leve tabaco e um fundinho de eucalipto e alcaçuz. A madeira aparece, mas muito bem integrada. Em boca, é cheio, denso, mas sem exageros. Os taninos estão perfeitamente domados. É bastante redondo. Destaque também para notas minerais. É um vinho muito bom e gostei muito do vinho, pela perfeita integração de todos os elementos. Vale a pena experimentar (eu quero repetir). Tem tudo para se destacar entre os bons chilenos. Aliás, já foi eleito pelo Descorchados o melhor Assemblage de vale quente. Esse é o problema... Logo começa a virar estrela. É importado pela Terramatter.
O segundo vinho, ofertado pelo amigo Carlão, foi um que eu ainda não havia provado, o Casa Silva Quinta Generación tinto 2007. Bem, o produtor dispensa apresentações. O vinho é um corte de Carmenére (45%), Syrah (27%), Cabernet Sauvignon (23%) e Petit Verdot (5%). A maturação é feita por 13 meses em barricas de carvalho francês. É um vinho no qual a Carmenére reina absoluta, pelo menos na primeira hora. Depois de um tempo em decanter ela começa a ficar mais integrada e as notas de pimenta e herbáceas começam a ficar mais leves. Ao nariz mostra ameixa, cereja e chocolate. Com o tempo, surge o alcaçuz. Em boca, tem bom corpo e mostra taninos levemente arenosos e boa acidez. Pede comida. Quem não gosta da Carmenére pode estranhar, principalmente durante os primeiros momentos após a abertura. Recomendo deixar em decanter um bom tempo para o vinho ficar mais integrado. É também um vinho muito bom e tem preço similar ao do Flaherty (talvez um pouquinho mais caro, dependendo do lugar). Embora os dois vinhos se equiparem, eu achei o Flaherty mais elegante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário