sexta-feira, 28 de setembro de 2012

E na noite do Barolão 97, ainda teve: Capellania 06, Décima Tannat 05, ViBO 07, FVLVIA 2011 e Moscatel de Setubal 99!

Capellania, Decima, ViBO, Barolo Carobric, Fulvia 2011 e? Cortei o Moscatel de Setubal 99???
E na noite que o amigo JP ofereceu a quatro felizardos um grandioso Barolo Carobric 1997 (clique aqui), ainda apreciamos outros grandes vinhos. Deixei a postagem em separado, pois o Barolão mereceu destaque. Mas os outros vinhos apreciados também eram de respeito.
A abertura da noite foi com um Capellania Reserva 2006, de Marques de Murrieta, levado por este que vos escreve. O branco é feito pela centenária vinícola Riojana, produtora do grande Castillo Ygay (clique aqui e aqui) e Dalmau. É produzido com Viura (100%) de vinhedos de mais de 50 anos plantados, do Pago Capellania, localizado na famosa Finca Ygay (Rioja Alta). As uvas são prensadas de maneira lenta e gentil em prensas de madeira do século XIX, as partes sólidas são separadas e o mosto fermentado em tanques de aço inox com temperatura controlada por 20-25 dias. A maturação é feita por 15 meses em barricas novas de carvalho francês. O vinho é rico tanto ao nariz quanto em boca. Mostra notas de frutas secas, amêndoas e leve baunilha. Em boca, repete o nariz e mostra acidez viva e um final longo. É um branco de personalidade, no estilo dos grandes Tondoñia, mas mais vivo que eles. Eu adorei o vinho! O produtor recomenda bebê-lo acompanhando peixes defumados ou pratos feito com pato. Deve ficar ótimo! Se quiser experimentar um branco carnudo, diferente dos corriqueiros, vá nesse. É muito bom! É importado pela World Wine.
Depois dele, passamos para um que o amigo Mário Mucheroni levou. Era um vinho que eu já havia apreciado na Mostra Internacional de Vinhos de Campinas (clique aqui). O Mário levou embrulhado e não foi fácil acertar a procedência do Décima Gran Reserva Tannat 2005. Talvez isso até mostre que ele carece um pouco da tipicidade da Tannat. No entanto, é um ótimo vinho. O vinho apresenta notas de fruta madura, café e chocolate. Os taninos denunciam a Tannat, mas menos que o normal. Um vinho muito correto e que mostra potencial.
Após o Décima, partimos para um vinho levado pelo amigo Carlão. Tratava-se do ViBO 2007, um vinho top, de tiragem especial, da vinícola chilena Viu Manent, em um projeto na Argentina. ViBO são as iniciais de Viu Bottini. Ele é feito com Malbec proveniente de dois vinhedos distintos do Vale do Uco, ambos de altitude acima de 1.000 m. A maturação foi feita por 18 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz mostrava-se um clássico Malbec argentino, com notas de frutas compotadas (ameixa, cereja preta e amora), anis, leve violeta e especiarias. Em boca, repetia o nariz e mostrava taninos bem sedosos. No entanto, o vinho tende um pouquinho para o lado doce. Acho que deveria ter sido decantado por pelo menos uma horinha para revelar melhor suas características. Mas não deu tempo: Mandamos ver! O Carlão tem mais um guardado, que eu sei...rs.  Vamos ver no futuro...rs.
E seguindo a noite, passamos para o Barolão Carobric 1997, que já descrevi em postagem separada (clique aqui).
Como ainda sobrava fígado, o JP abriu um ótimo FVLVIA Garagem Pinot Noir 2011. Este já foi comentado aqui duas vezes, e sempre agrada (1 e 2). Não tem muito o que falar, é tiro certo. Evaporou rapidinho, o que é um termômetro para um bom vinho.
E depois, para finalizar e acompanhar a sobremesa, o JP abriu um Moscatel de Setubal 1999, da Bacalhoa. Olha, fica dificil descrever a complexidade desse vinho. Notas cítricas, de marmelada, doce de laranja-da-terra, uva passa, nozes e aí vai. Eu nunca havia provado um vinho de sobremesa com tantas nuanças. Li em algum lugar que esse vinho é uma verdadeira aula de degustação, por ser muito complexo. Todos ficamos impressionados com a riqueza do vinho. Se tiver a oportunidade, e achar um desta safra, não perca tempo, compre na hora, pois não se arrependerá. Um vinho grandioso! O deslumbre foi tanto que esqueci de tirar uma foto para mostrar a sua bela cor avermelhada. Um néctar! É um vinho muito barato pelo que oferece - Vale cada centavo e ainda merece troco! 
Noite de gala, JP! Na mesma noite ofertar, além da companhia, um Barolão 97, um FVLVIA e um Moscatel de Setubal 99, é demais! Gracias!

3 comentários:

  1. Opa, Flávio!
    Acho que o Moscatel à venda no Zona Sul não é esse, mas um JP Moscatel 2005.
    Vou ficar de olho e procurar na minha próxima viagem ao Rio. Costumo encontrar os vinhos da Bacalhôa a um bom preço nos mercados ou no Cadeg. Tomara que encontre. Sua descrição deu água na boca.
    Abs.

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    1. Ih, é verdade! Mas o JP é também da Bacalhôa, não? Agora deu um nó...rs. Entrei na rede e não consegui ver a diferença entre eles. Mas te enviei uma mensagem com dica de um outro lugar que está vendendo a bom preço também o danado do Moscatel (sem ser o JP). Olha, ele me surpreendeu. Não botava fé no danado. Acho que ele ganha muito com envelhecimento.
      Abraços,
      Flavio

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    2. Voces podem encontrar o Moscatel de Setubal da Bacalhôa, safra 1999, no site www.hojepravoce.com.br. Aproveitem que só tem 12 garrafas disponíveis desta safra no Brasil. Abraços, Sonia.

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