sábado, 9 de abril de 2011

Barista, Clos des Andes, Esporão Touriga Nacional e Lindaflor 2002

Nesta quinta-feira tivemos vinhos bons na confraria. A foto mostra a sequência dos vinhos, e também reflete, a meu ver, a sequência de complexidade.



Começamos com um pinotage sul-africano de Paarl, o Barista 2009. Bem, todo mundo sabe, mas vale a pena lembrar que a Pinotage é o resultado de um cruzamento entre Pinot Noir e Cinsaut (conhecida como Hermitage na África do Sul). A variedade foi desenvolvida pelo professor de enologia da Universidade de Stellenbosch, Abraham Perold, em 1925. Desde então, se tornou uva emblemática da África do Sul. O amigo João Paulo o levou embrulhado e de cara chutei Syrah Australiano, tão evidentes eram as notas de chocolate e café. Fernandinho, prá variar, errou feio: chutou Malbec! Se bem que é característica da Pinotage ter notas de ameixa. Mas o chocolate e café imperam neste vinho, que também mostra notas de baunilha, ameixa e cereja. Tudo muito maduro, o que na verdade não me agrada muito. O vinho é feito realmente com frutas muito maduras e ainda descansa em carvalho frânces tostado, o que lhe aporta as notas de café tão evidentes. Aliás, quem visitar o site da vinicola verá que a referência é mesmo para os "Baristas", artistas na elaboração do café. A associação com o café está em toda parte. É vinho que tende para o lado doce, fácil de beber (uma taça...rs) e novo-mundista por excelência. Não repetiria.
Seguimos com um vinho levado pelo Paulão, que gosto muito e que já foi comentado aqui no blog, o Clos des Andes 2006. Vinho aromático, potente, gostoso, mas ainda novo e que deve ganhar com o tempo na adega. Para beber agora deve ser decantado por no mínimo uma hora.
O vinho seguinte foi um Esporão Touriga Nacional 2004. Bem, sou suspeito, pois fui eu quem o levei, mas sendo imparcial, é um vinhão. O Esporão Touriga sempre ganhava como melhor vinho em sua faixa de preço nas antigas e saudosas megadegustações da revista gula. Este 2004 eu bebi há uns 2-3 anos anos e era um menino, agressivo, mas agora, já estava redondinho. Tive que decantar antes para livrar das borras já intensas. Vinho prontíssimo para beber. Ao nariz, já mostrava a riqueza da touriga nacional, com as notas florais típicas de violeta. A fruta era também exuberante, com cereja e ameixa. Também presentes notas especiadas e de café. Um vinho muito gostoso. A propósito, também levei embrulhado e o amigo João Paulo acertou que era português, talvez o Quatro Castas, da vinícola Esporão... Chegou bem perto! Tá craque o cara.
Bem, prá terminar, um vinho de primeiríssima linha levado pelo amigo Tom, que tem se especializado em boas surpresas. Levou desta vez um Lindaflor Malbec 2002. Uma raridade, pois esta safra foi a melhor da Argentina e é dificil de achar. Aliás, foi um destes que apresentei aos colegas da confraria anos atrás, e foi adorado por todos, principalmente pelo Fernandinho. De lá para cá, já bebemos algumas garrafas do 2003, já comentado aqui no blog. O Lindaflor 2002 é um vinho concentrado, vivíssimo, cheio de fruta (ameixa, figo) e com notas tostadas. Em boca, repete o nariz e é amplo, com final persistente. Um malbec de primeira linha. Valeu Tonzinho!

2 comentários:

  1. É Flavio,

    Chryseia,Lindaflor,Vinhas Velhas 2005......
    Até que o Bola está melhorando!

    Abs, JP

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  2. Pois é JP! O cara não tá fácil... Vamos incentivar sempre!
    Abraços,
    Flavio

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